quinta-feira, 30 de outubro de 2008

About people and places pt I




Uma coisa não sai da minha cabeça nos últimos dias...Eu posso estar indo embora para não voltar a morar em Cuiabá, estou indo a Goiânia em alguns dias e posso não voltar.Mas, são possibilidades, porém só delas existirem já me fez ficar “emo” para escrever este post.
Ir embora vai ser me libertar de muita coisa, mas nem de tudo eu quero me libertar, em alguns casos não se trata de me libertar, será me separar. Pensando nisso comecei a listar lugares, pessoas, acontecimentos, tudo que me liga num sentido positivo à cidade de Cuiabá, e pensamentos rondam, insistentemente, a minha cabeça.
Começar uma vida em outro lugar seria necessariamente começar do zero? Penso que não, as pessoas não são: elas se tornam. O que quer dizer que podem se transformar, mas se transformar sobre o que? Sobre o que elas eram, sobre as experiências que passaram, pelas lembranças boas e ruins que elas guardam, e que as constroem e reconstroem. Filosofia de buteco? Bom, eu não acho que eu seja exatamente igual a quem era a 8 meses atrás nem a 8 anos atrás.
Outro dia fiquei pensando na tristeza e dureza que é não ter pra quem ligar, a quem recorrer, e projetei isso para um lugar fora da minha cidade natal, e não somente nela, mas principalmente.Eu não serei uma tábua rasa, mas praticamente um “gauche”. Na América do Sul é muito comum entre determinados povos indígenas, chamar uma pessoa pobre de gauche, mas esse termo não significa pobre em relacionado à bens materias, mas em termos de número de relações sociais que a pessoa estabelece, número de pessoas com quem se pode contar.
Chegarei então pobre, ou quase isso se o meu destino for Brasília, excetuando alguns parentes, e relativamente pobre em se tratando de Goiânia, pois lá tenho muitos parentes e algumas pessoas bem quistas. Uma gauche solta no mundo, pronta pra deixar de ser gauche, pois eu não entendo esse conceito como número de amigos, mas na qualidade deles, aqueles que realmente se pode contar. Aqui já os tenho e se não estão contemplados no painel ou é porque não dispunha de fotos, ou porque não coube. Me desculpem, mas não pensem que não estão contemplados, pois meus pensamentos estarão com vocês e se eu estiver longe “ my messege will reach you carried by the wind...” como na música do Ayreon.
Vou sentir muita saudade de vocês, mas ainda não é definitivo, são possibilidades, e mesmo que eu fique por lá sempre terei que voltar: pelos amigos, pela família, pelas saudades, pelos Myky, pelas lembranças...enfim...

Another chance to lift my life Free the sensation in my heart To ride the wings of dreams Into changing horizons It brings inner peace within my mind As I'm lifted from where I've spilt my life I hear an innocent voice I hear kindness, beauty and truth The way your heart sounds Makes all the difference It's what decides if you'll endure The pain that we all feel The way your heart beats Makes all the difference In learning to live Spread before you is your soul So forever hold the dreams Within our hearts Through nature's inflexible grace I'm learning to live
(learning to live – dream theater)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

os encontros, os telefonemas e a escrita

As vezes um telefonema faz toda a diferença. Um dia desses um telefonema me deu novas esperanças, novas força. Um telefonema pode mudar tudo. Quem me ligou? Bom...vocês verão a foto...rs...Eis que lhes apresento Kamunu Myky!!! Um dos encontros mais profundos, e mais frutíferos que já aconteceu na minha vida....sem dúvida!No mais eu diria que venho saindo de um turbilhão, aos poucos e de forma cada vez mais tranquila. Sim parece que estou entrando em uma nova fase, num outro momento.E passei a pensar que escrever é um bom exercício, apesar de num blog isso ser um pouco narcisistico (todo blogueiro é um em potencial). Mas escrever, mesmo que apenas sobre mim, ou sobre coisas que acho interessante sempre acaba como um grande desabafo, num divã virtual. Sobre isso dois trechos de um dos livros mais belos e interessantes que já li me remetem a importância, para mim, deste espaço virutal, e de como todo o meu momento vem se refletindo.E aqui, na rua dos sonhos, tomarei estas palavras:


"Eu, Sinuhe, filho de Senmut e de sua mulher Kipa, escrevo isto. Não o escrevo para a glória dos deuses da terra de Kan porque estou cansado de deuses, nem para a glória dos faraós porque estou cansado de seus feitos.Tampouco escrevo por medo ou por qualquer esperança no futuro; escrevo para mim, apenas. O que vi, conheci e perdi durante a minha vida, foi coisa demasiada para que me domine um vão temor; e, quanto a algum desejo de imortalidade, estou tão exausto disso quanto dos deuses e dos reis. É apenas por minha causa que escrevo, por tal motivo e essência diferindo eu de todos os escritores passados e vindouros. " "Sim, pois eu Sinuhe, sou um ser humano. Vivi em todos aqueles que viveram antes de mim, e viverei nos que vierem depois de mim. Viverei nas lagrimas e nos risos humanos, no medo e na mágoa humana, na bondade e na torpeza humana, na justiça e no erro, na fraqueza e na força. Não desejo oferendas na minha sepultura e nem imortalidade para o meu nome. Isto foi escrito por Sinuhe, o egípcio, que viveu sozinho todos os dias de sua vida" (primeiro e último parágra de "O Egípcio" de Mika Waltari)